Os problemas oculares não detectados em tempo podem afetar a qualidade de vida e podem resultar em cegueira. Além disso, as doenças oftalmológicas podem ocorrer por diversos motivos, desde causas genéticas até hábitos de vida. O assunto ganhou destaque nesta quarta-feira (09), durante audiência pública “Saúde Ocular – Prevenção da Cegueira e Reabilitação Visual”, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná. “O debate com especialistas na área é uma forma de alertar a população para a busca rápida de atendimento para a prevenção de doenças oculares”, disse o proponente da audiência, deputado Alexandre Amaro (Republicanos).

“A maior preocupação é como cuidar, como tratar, como fazer. Você tem uma fila gigantesca, a última que nós vimos, tinha vinte e oito mil só em Curitiba. Agora você imagina como que é isso no interior e nos lugares que têm menos recursos. Então nós vamos debater um pouco esse assunto, ver como podemos ajudar, anotar as demandas e encaminhar aos órgãos competentes”, disse Amaro que é autor da Lei nº 21.532/2023, que cria a Semana Estadual de Incentivo à Reabilitação Visual a ser realizada na primeira semana do mês de abril. A legislação visa conscientizar a população sobre os benefícios da reabilitação visual; promover encontros com especialistas que atuam com práticas baseadas em evidências e incentivar práticas clínicas e educacionais baseadas em evidências.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, atualmente, cerca de 285 milhões de pessoas no mundo têm a visão prejudicada, sendo que a maioria dos casos poderiam ser evitados – entre 60% e 80% – ou dispõem de tratamento. No Brasil, o último Censo Demográfico (IBGE 2010) identificou mais de 35 milhões de pessoas com algum grau de dificuldade visual.

Políticas públicas

Para a presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), médica oftalmologista Wilma Lelis Barboza, existem três participantes nesse desafio: a população, o médico e o poder público. “E um debate como este, que reúne todos estes partícipes, é uma oportunidade de trocar e levar mais informações de qualidade para que novas ações possam ser implementadas”, disse.

“É uma especialidade muito importante e, infelizmente, uma boa parte da população não tem acesso a um especialista. E nós temos doenças graves que acabam levando a cegueira como o glaucoma, a diabetes, a retinopatia diabética, então é muito importante um debate como esse de debater políticas públicas e falar sobre a importância da prevenção”, comentou o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM/PR), Romualdo Gama. Para ele, também é importante pensar em políticas públicas que procurem interiorizar a oftalmologia.

Também participaram da audiência a vice-presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia, a médica oftalmologista Heloísa Helena Abil Russ Giacometti; o coordenador Chefe do Serviço de Residência Médica em Oftalmologia pelo Mec Oftalmo Curitiba – Hospital da Visão, João Guilherme de Moraes; o diretor médico do Hospital de Olhos do Paraná, Carlos Augusto Moreira Junior; o diretor do Médicos De Olhos S.A, Hamilton Moreira; o médico oftalmologista e secretário do Conselho Brasileiro de Oftalmologista, Lisandro Massanori Sakata; a vereadora de Curitiba, Meri Martins; o coordenador das Políticas para Pessoas com Deficiência do Paraná, Felipe Braga Cortes; o ex-presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia, Arthur Schaefer, entre outros.