Jovens evangélicos que se unem em prol de atividades que beneficiam pessoas carentes e necessitadas foram homenageados nesta quinta-feira (24), durante sessão solene, no Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). “Homenagear a Força Jovem Universal (FJU), da Igreja Universal, é uma forma de parabenizar esses jovens que ajudam outros jovens através de vários projetos a encontrar um propósito de vida, um caminho para seguir, se afastar das drogas, do vício e da criminalidade”, afirmou o deputado Alexandre Amaro (Republicanos), propositor do evento.

O deputado Galo (PODE) destacou a importância da homenagem à Igreja Universal “uma das mais fortes do mundo” e “à juventude que vem à Casa de Leis trazer suas experiências e vivências”. “A Força Jovem é um embrião social que prepara jovens para vida, ajudando eles a focar, a encontrar um caminho e a filtrar o que é bom ou ruim. O deputado Amaro está de parabéns pela homenagem”, disse o deputado federal Aroldo Martins (Republicanos).

Durante a sessão solene foram homenageados o coordenador da FJU Paraná, pastor Vinícius Rodrigues e outros 50 líderes entre coordenadores regionais e de projetos. Durante o evento, os presentes assistiram a uma apresentação da Banda Conect, da bailarina Jéssica Thomé e de uma peça teatral “O que é FJU?”, da companhia de teatro 3 Atos. Para Rodrigues, a sessão solene é muito importante para reconhecer o trabalho do grupo que está ajudando milhares de jovens no Paraná, no Brasil, no mundo. “A FJU nasceu junto com a Universal no intuito de ajudar os jovens, com um trabalho de recuperação deles e de encaminhamento na vida. Homenagear estes jovens é reconhecer este trabalho”, ressaltou.

Vidas transformadas – Mariana Ramalho, de 20 anos, falou da importância da FJU na sua vida. Frequentadora da igreja desde criança, ela acabou se afastando do local devido a sua família. E neste período de distanciamento acabou se envolvendo com o consumo exagerado de bebidas, de drogas e até um aborto realizou – isso com apenas 16 anos de idade. “Ficar longe da igreja foi a pior coisa que me aconteceu. Eu achava que eu não tinha mais jeito e queria morrer. Eu não via mais saída para mim, mas graças a minha avó eu votei a frequentar a igreja e conheci a Força Jovem”, relatou. “Foi através do grupo que conheci minha força, que aprendi a olhar as coisas com outra visão. Deus foi me moldando e a FJU foi à salvação e uma transformação na minha vida”, observou a jovem.

Fato semelhante aconteceu com a adolescente Débora Rodrigues, de 17 anos. Ela relatou que era muito carente, triste, tímida, insegura e tinha muitos problemas de relacionamento com o pai. “A Força Jovem fez com que eu me valorizasse como pessoa e percebesse que os sentimentos que eu tinha, de timidez e insegurança, eram descabidos”, afirmou. A participação no grupo também fez com que a jovem aceitasse as críticas e o “fanatismo” do pai pela religião. “Foi a através do grupo que eu encontrei uma vida de verdade, eu mudei e encontrei a felicidade. Eles são uma família para mim, uma família da fé que me ensinou a enfrentar os problemas do dia a dia”, completou.

O que é a FJU? – O trabalho da FJU começou nos anos 90, sendo inicialmente chamado de “Nova Geração” e hoje eles atendem mais de 800 mil jovens no Brasil inteiro, com vários projetos que vão desde conscientização e prevenção às drogas, prática de atividades esportivas, cursos, atividades culturais e de lazer. O grupo também presta assistência para dependentes químicos, moradores de rua, presidiários e vítimas de catástrofes naturais.

Um dos principais objetivos do grupo é alcançar jovens que se encontram no mundo dos vícios, na criminalidade, que possuem problemas familiares, que sofrem com um permanente vazio interior ou até mesmo, sem perspectiva de vida a encontrarem um caminho. “O grande foco é ressocializar jovens que antes eram considerados “casos perdidos” por ele mesmo e pela sociedade”, pontuou o deputado Amaro.

No Paraná, a FJU está presente em 250 cidades e conta com mais de cinco mil jovens engajados em projetos e atividades sociais. No Brasil, a FJU, que é coordenada pelo bispo Celso Junior, conta com mais de 400 mil jovens. Ainda como homenagem a Força Jovem Universal, o deputado Alexandre Amaro (Republicanos) apresentou o projeto de lei nº 705/2019 que insere no calendário de eventos do Estado do Paraná, a data de 24 de outubro, como Dia da Força Jovem Universal.

Subgrupos – Formada por milhares de jovens, a FJU divide-se em vários subgrupos de atuação:

Cidadania: realizando ações sociais em comunidades carentes, asilos e orfanatos;

Cultura: promovendo promove atividades de inclusão cultural e de lazer como teatro, cinema, coral, banda, canto, cinema e vídeo, dança e turismo. Shows e espetáculos também são produzidos pelos próprios voluntários;

Esportes: oferece oportunidade para o jovem praticar diversas modalidades esportivas;

Universitários: incentivam o ingresso de outros jovens na vida acadêmica; oferecem cursos de libras, pré-vestibular, rotinas administrativas, secretariado, informática, artesanato, idiomas, turismo e hotelaria. Eles também estimulam os integrantes a exercerem ações de cidadania, promovendo feiras e palestras vocacionais, além de auxiliar na colocação no mercado de trabalho;

Mídia: uma agência de comunicação, desenvolvendo habilidades dos jovens formando-os para o mercado de trabalho nas áreas de produção, divulgação, evento;

Uniforça: movimento que auxilia na organização de grandes eventos, campeonatos e apoia em situações de grandes emergências, organiza mutirões de caridade para ajudar vítimas de desastres naturais.

O funcionamento das igrejas e dos templos paranaenses está garantido, apesar de o estado estar sob decreto de Calamidade Pública. A lei 20.205 de 2020, publicada no Diário Oficial do Estado no dia 20 de junho, estabelece que elas prestam serviços essenciais em períodos como o que o mundo todo atravessa por causa da Covid-19. Proposto na Assembleia Legislativa do Paraná pelo deputado Gilson de Souza (PSC) e pelo deputado Alexandre Amaro (Republicanos), o projeto que originou a lei permite que cultos e missas ocorram, sendo vedada a determinação de fechamento total de igrejas e templos, porém, com a possibilidade de restrição no número de pessoas presentes.

Estas limitações podem se dar de acordo com a gravidade da situação em cada localidade, “decisão devidamente fundamentada da autoridade competente, devendo ser mantida a possibilidade de atendimento presencial em tais locais”, como cita o texto da lei. De acordo com o deputado Alexandre Amaro, “a lei coloca as igrejas no estado do Paraná no rol de serviços essenciais, é um serviço essencial”, afirma. “Igreja não pode ser fechada”, reforçou o parlamentar durante sessão plenária remota da Assembleia, ao defender que a lei seja cumprida com a observação das recomendações de limitação de público e que os templos e igrejas não paralisem completamente seus trabalhos.

Justificativa – Os deputados autores da proposta justificam ainda que “tais estabelecimentos possuem papel fundamental para auxiliar na propagação de informações verdadeiras e auxiliam o poder público e as autoridades na organização social em momentos de crises”. O projeto afirma que as igrejas e templos oferecem aos fiéis, além de auxílio material, assistência psicológica e espiritual. “O papel destas instituições impõe atuação com atendimentos presenciais que ajudem a lidar com emoções das pessoas que passam por necessidades”.